Superando tragédias

Um dos maiores desafios que enfrentamos na vida é como devemos lidar com as tragédias que nos acontecem. Precisamos entender que a vida tem, também, o seu lado escuro. O grande problema é que nunca imaginamos que o infortúnio venha a bater à nossa porta. Temos, ingenuamente, uma certa sensação de invulnerabilidade. Ocorre que não há uma só pessoa sequer que não passe por experiências amargas e que, algum dia, não atravesse desertos emocionais. Essa sensação de invulnerabilidade é fruto, muitas vezes, de uma educação religiosa superficial, que acaba criando em nós uma idéia distorcida sobre Deus. A fé não confere imunidade ao sofrimento. Somos seres plenamente humanos, e não “parlamentares” da existência. Por isso mesmo, a verdadeira arte de viver não consiste em fugir dos sofrimentos da vida, mas, principalmente, no destino que vamos dar aos sofrimentos. Como lidar com eles? E com os sentimentos que eles produzem em nós? As maiores tragédias ocorrem dentro de nós e nunca fora de nós!

Primeiro: Não nos deixemos dominar pelos pensamentos negativos. O que nós pensamos determina o que nós sentimos. Os nossos sentimentos formam os conteúdos da nossa memória, ou seja, pensamentos negativos produzem sentimentos mesquinhos que, por sua vez, alimentam na memória os aspectos negativos das experiências. A conseqüência imediata disso é uma pessoa cheia de revolta no coração, sem vontade de viver e com a alma prisioneira das lembranças trágicas. Torna-se um ser doente dentro de si. Prisioneiro de si mesmo. Refém dos seus próprios pensamentos.

(Estevam Fernandes de Oliveira, Pastor da 1a. Igreja Batista de João Pessoa, PB, conferencista internacional, é Psicólogo, doutor em Ciências Sociais. Texto extraído do Jornal Correio da Paraiba, edição de Domingo, 04 de março de 2012 e divulgado entre amigos com autorização do autor).
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