O coelho e as cachorras

por Cas Assunção (que sempre dormiu muito tarde, e na noite em que resolveu ir para a cama mais cedo: uma aventura estava para iniciar...)

Minhas cachorras Ginger e Mel decidiram às 3:30am perseguir um coelho cinzento em nosso quintal.

A cena foi hilária - para as cachorras, é claro. Imagina eu  correndo atrás delas freneticamente de um lado para o outro do quintal e o pequeno roedor sem ter para aonde ir (pois ele havia entrado por debaixo do portão ) pulando que nem um doido... ou talvez eu que estivesse doida? Afinal os meus gritos devem ter acordado todos os vizinhos!

A porta de vidro estava aberta e os gatos querendo sair de casa, e para o meu total horror, o coelho exausto de tanto correr largou-se no meio da grama. Em poucos segundos eu consegui - após um ganido sofrido - colocar a Ginger dentro de casa. Olho para o lugar aonde o coelho estava largado e cadê ele? Mel já havia pego o pequenino roedor e levado-o para o outro lado do quintal. Consegui a muito custo colocar a Mel para dentro de casa também.

Então voltei para olhar o coelhinho que estava no mesmo lugar aonde Mel havia-o deixado. Parecia ser maior do que eu pensava, e ele não se movia.

Meu coração batia rapidamente ao entrar em casa. Olhei para as minhas amadas cachorras e senti um grande desgosto. Como elas puderam fazer isso? E na minha mente eu sabia a resposta: elas eram caçadoras, oras.

Chamei meu marido e com uma lanterna na mão, lá fomos nós para o quintal. Ele estava sonolento como um zumbi e eu mais desperta do que tudo. 

Olhamos para o lugar aonde o coelho deveria estar morto, e vimos algo se mexendo. O pequenino estava vivo e com apenas uma machucadura superficial em seu pescoço. Aliviada, sorri pela primeira vez em 30 minutos.

Entramos em casa para finalmente poder dormir. As cachorras estavam com a adrenalina a mil por hora e beberam toda a água possível e choraram (pois queriam ir para o quintal de novo) até as 5:30am.

Desperto as 6:10am com meu marido dizendo que é hora da Tuca ir para a escola. Preciso arrumar o cabelo dela para a classe de JROTC. Ela está comendo cereal com leite, e as cachorras ganindo novamente... eles precisam fazer xixi no quintal.Mas, e se o coelho ainda estiver por lá?Ainda pensando em chamar meu esposo para verificar a localização do roedor... a Tuca grita e eu 'cheiro', mais do que vejo, um odor forte de urina no meio da cozinha. Ginger olha para mim com seu olhar doce dela (horas atrás ela parecia a caçadora do ano!) e eu grito pelo maridão ás seis horas e vinte e cinco minutos desta manhã...

No final das contas: o coelho está vivo e desapareceu, provavelmente para sempre hehe. As cachorras estao felizes e continuam farejando o quintal inteiro (orgulhosas da grande aventura no meio da noite) e eu estou escrevendo ;)
Que mais poderia ser tão bom quanto isso? Boa terça para todos.
Deus te abençoe!

Cas ama escrever sobre as coisas absurdas do dia-a-dia pois sempre acaba aprendendo mais do que ensina; é apaixonada por fotografia porém não se lembrou de pegar a velha Nikon para capturar a caçada desta noite; obcecada por livros e por sebos, atualmente ama livros sobre Provérbios 31 e as devocionais de John Piper além das inúmeras maravilhas da Bíblia.
Ela mora em seu doce lar junto ao seu amado esposo Adriano (Pastor, estudante de Teologia, também leitor de Mr. John, pleno de alegria trabalha com o livro mais apaixonante de todos: a Bíblia), e com a Tuca (sagaz adolê, uma escritora de mão cheia e e leitora voraz que cresce com um sorriso no rosto) e claro, com a bicharada que faz a sua vida mais festeira todos os dias (cachorras Mel e Ginger - personagens da história de hoje; e os velhos e amados gatos Mingau e Mabel).