Thursday, April 12, 2012

Flechas na Mão do Valente

*por Luciano Subirá - Leia mais aqui: Flechas na Mão do Valente
"Flechas na mão do valente. Um valente atira suas flechas com força, para atingir o alvo de longe. Se quisesse atingir o inimigo de perto, um guerreiro daquela época provavelmente usaria uma espada. Precisamos aprender a lançar nossos filhos para a vida, e desejar lança-los longe. Isto não significa que vamos nos afastar ou que queremos distância, mas que precisamos pensar grande a respeito deles. Nossa criação não deve ser egoísta, centrada em nós mesmos. Não podemos querer que nossos filhos fiquem somente por perto. Talvez uma vida melhor só será provada por eles em outra cidade, estado ou mesmo país.
Arrows by Scruffy Hound
Flechas na mão do valente. O valente atira suas flechas visando acertar um alvo. Como pais, precisamos ajudar nossos filhos a entenderem sua vocação e aptidões profissionais. Meu pai dizia desde que eu era criança que eu seria um filósofo. Sempre que me via pensativo, ele declarava isto. E de fato, sempre gostei de pensar e questionar tudo. Meu pai reconheceu depois de muitos anos que o palpite dele estava correto, e me encorajou a ser um pensador e questionador do comportamento cristão em meu ministério de ensino. Os pais devem ajudar seus filhos a entender seu alvo a ser alcançado e, em acordo com eles, lança-los em direção a este alvo!"
*Luciano Subirá É o responsável pelo Orvalho.Com – um ministério de ensino bíblico ao Corpo de Cristo. Também é pastor da Comunidade Alcance em Curitiba/PR. Casado com Kelly, é pai de dois filhos Israel e Lissa.

Quando os passaros voam

“ Vossos filhos não são vossos filhos.
São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.”
--Gibran Khalil Gibran
Os versos do poeta Gibran mostram o quanto é sofrido o primeiro vôo dos pássaros e o quanto se assemelha a partida dos filhos.
Quando os filhos nascem, os pais deveriam receber uma cartilha onde estariam escritos todos ao passos que levem ao vôo perfeito, ao vôo definitivo, ao preparo do vôo, assim a ruptura não seria tão sofrida. Seria um ensaio permanente sobre o estranho movimento de ir e vir, segurar e soltar, acolher e libertar. Movimentos pequenos e simples que os pais só percebem depois que seus pássaros voam.
O grito de independência de suas crias vem com o poder do tempo que passando muito rápido tudo transforma. É uma nova realidade muito difícil de encarar, quando a verdade aparece e percebem que seu pássaro cresceu e não poderá mais aparar suas asas.
É chegada a hora de aprender. Aprender novas maneiras de amar, amar a distância, sem beijos e abraços reais, porém por algumas vezes virtuais. Contentar-se em ouvir apenas sua voz. Comemorar vitórias e poder chorar suas derrotas abertamente, pois ele não estará presente para ver. Mas a voz precisa ser forte, confiante e alegre sempre. Passar força e energia, pois seus pássaros derrubam penas e é preciso confortar. Isso é amor; talvez o amor maior.
Talvez seja este o amor maior porque permite que, mesmo sabendo que os filhos estão voando livres não deixarão de lhes amar. Embora sabendo que dependem deles, os pais não podem se sentir imprescindíveis, criando situações de chantagens emocionais. O conselho e a orientação deverão estar sempre presentes, só assim terão a certeza de que sempre serão amados.
Por excesso de zelo, muitas vezes os pais cortam as asas de seus filhos impedindo seu vôo para que busquem suas próprias respostas, que vivam seus sonhos impedindo-os de sentir no rosto o vento forte de seu próprio destino.
O tempo jamais poderá ser congelado. Encarregado de tudo transformar, o amor entre pais e filhos é alado, isto é, um eterno vôo sem corte de asas, aprendendo no dia-a-dia que é preciso ter coragem para deixar voar para que encontrem suas próprias rotas. E não há rotas mais belas do que essas.